As folhas continuavam no vidro. Secas e quebradiças. A beleza das cores e tons vermelhos, laranjas, amarelados e marrons, tornavam-se quase monocromáticas, escuras, sem vida. Ao abrir o vidro senti um cheiro suave e refrescante que lembrava eucalipto. Uma bela surpresa. O vidro de perfume eu havia comprado há pouco numa rápida visita ao Brique da Redenção em busca de suportes para o trabalho. Não tinha ideia do que poderia caber ali dentro. O cheiro vindo das folhas foi o suficiente para começar a esmagá-las com as mãos até conseguir colocá-las no vidro. Aquele punhado de Outono agora ganhava outro sentido. De vez em quando abro o vidro para ver se ainda sinto o perfume. Ele continua lá.